A desvalorização do lixo está com os dias contados, pois muitos artistas e empresas estão desenvolvendo peças finas como jóias e móveis de alto padrão.
Cada brasileiro produz diariamente, uma média de seis quilos de lixo. Um número astronômico ao se considerar o espaço físico que esse material ocupa. A coleta seletiva é apontada pelos especialistas em meio ambiente como a ação de emergência mais adequada para as condições de São Paulo que produz 15 mil toneladas de lixo por dia.
Há pelo menos dois anos, autoridades municipais, então responsáveis pelos serviços de limpeza urbana, declararam a saturação dos aterros de São João, em Sapopemba, na zona leste, e o Bandeirante, em Perus, na zona oeste. Como a capital não dispõe de outras áreas próprias para o depósito de lixo, os dois aterros continuaram recebendo o lixo. A possibilidade de contaminação do lençol freático aumenta dia após dia nas proximidades desses aterros, o que coloca em risco a saúde pública. Do total de lixo coletado na capital, apenas 4 toneladas (0,03%) são recolhidas de forma seletiva.
Muitas empresas, condomínios e conselhos de bairro estão cada vez mais adotando a coleta seletiva do lixo. Pois mesmo que a prefeitura ainda não tenha infra-estrutura para promover a coleta seletiva do lixo, as pessoas optam mesmo assim por jogar seu lixo separadamente, devido ao crescimento de cooperativas que coletam esses materiais, e até pessoas que recolhem o lixo para vendê-los a essas cooperativas.
Com isso, muitos artistas plásticos e designers, estão desenvolvendo suas “esculturas” com materiais descartados no lixo, reaproveitando-os. Alguns utilizam-se até de materiais curiosos. Como Bagaço de cana misturado com fios de ouro e prata, a espinha dorsal de um cação, que são feitas jóias como pingentes e pulseiras com prata e coral, caixa de pizza com jogos de tabuleiro como jogos-da-velha, quebra-cabeças na forma de formiga, árvore ou dinossauro e sobras de aço retrabalhadas na forma de porta-canetas, porta-vinhos ou revisteiros.
Essas são apenas algumas das iniciativas que dão um novo destino ao lixo, muitas vezes, com status de peças de luxo. E a tendência é que cada vez mais idéias como essas conquistem espaço no mercado.
Artefacto entra na onda das empresas verdes
Muitas empresas apostam no verde para seus novos projetos afim de colaborar para a preservação do meio ambiente.
A natureza está pedindo socorro, o mundo está entrando em colapso. Sendo assim, muitas empresas estão se adequando ao perfil das organizações parceiras do meio ambiente.
Esse seguimento vem crescendo e ganhando cada vez mais seguidores por colaborarem com o meio ambiente e assim acabam agradando o público em geral, pois todos querem o bem da natureza.
Em entrevista com Harley Alves, assessor de imprensa da loja Artefacto, conseguimos maiores explicações sobre a preocupação das empresas com o meio ambiente.
As paredes são revestidas com madeira de demolição.
TA: Como você avalia a tendência das empresas aderirem praticas de ecologia e de sustentabilidade?
HA: A onda verde é uma tendência de grande parte das empresas e surge como reflexo de uma postura mais consciente do próprio consumidor e da necessidade das empresas de se adaptaram ao esgotamento das reservas naturais. Além disso, o consumidor está mais atento às causas sociais, assim a empresa que demonstra atenção ao meio ambiente e presta auxílio aos menos favorecidos é observada por esse público. O momento ecofriendly também é uma forma de fidelização dos clientes.
TA: Você acredita que o consumidor possa se sentir desprestigiado com a venda de produtos reaproveitáveis?
HA: Muito pelo contrário, ser ecologicamente responsável é uma forma de estar alinhado à exigência dos clientes em geral, principalmente do consumidor que quer estar antenado com o que acontece no mundo e se sente satisfeito em poder contribuir com a sustentabilidade do planeta.
TA: Quais são os produtos reaproveitados disponíveis à venda?
HA: Observo que o campo de atuação para a utilização de materiais é muito amplo, desde o reuso de água, até a formulação de tintas com garrafas pet, uso de madeira de demolição para a decoração, ladrilhos para mosaicos, além de tudo que vem de ações como o artesanato, que hoje produz efeitos de texturização com fibra de casca de banana. Na comercialização de commodities como o linho, por exemplo , praticamente tudo é utilizado, desde a palha que envolve a fibra, destinada para alimentação de animais, até a semente que é transformada em produtos do mercado de alimentação e de higiene pessoal.
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