Questão de princípios

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Na verdade, o ombudsman, no jornalismo, tem a árdua missão de “criticar” o trabalho de colegas de profissão, e, geralmente, ele é visto como um sujeito arrogante, prepotente e presunçoso – tudo o que certos jornalistas costumam ser, mas que não gostam de ser chamados.
Percebi, na verdade, que o ombudsman do jornal-laboratório da UnB chama a atenção para a questão central da ética jornalística, em si, muito mais do que a fraude, simplesmente. Claro que a fraude é realizada – no caso de uma foto montada, representando um evento ou acontecimento que não existiu -, por pura falta de respeito à profissão jornalística, que preza, acima de tudo, a verdade, mesmo que a um preço caro demais (isso não significa que tal preço seja o extremo de forjar uma notícia que não existe, seja através de um texto mentiroso ou por meio de uma foto simulada).

Outro ponto importante, muito bem lembrado por Fernando Paulino, é a questão da clonagem, a repetição de matérias publicadas nos jornais de circulação diária. De fato, a missão do jornal-laboratório é, na verdade, produzir conteúdo novo, com um diferencial em relação ao que estamos acostumados a ler nos grandes jornais. É uma experiência que deve ser vivenciada pelos acadêmicos, uma oportunidade de publicar fatos importantes, novidade ou mesmo atualidade, mas com relevância para o mundo universitário. Sim, porque deduz-se que por se tratar de um jornal experimental, feito por alunos de comunicação social, deve, justamente, tratar de assuntos que interessem a esse nicho, especificamente, com uma linguagem textual própria. Jamais pode-se conceber um jornal universitário, “produzido por e para jornalistas”, com uma abordagem simplória e medíocre, muito aquém do que se espera de futuros profissionais do ramo.

O caminho da perfeição é longo e árduo, mas deve ser perseguido e aplicado, já, enquanto estudantes, para que mais tarde, já formados e inseridos no mercado de trabalho, possamos ser reconhecidos pela qualidade profissional de nossos trabalhos acadêmicos.

Por Tancredo Junior

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